Ele, um reles servo. Ela, a governante. Isso não lhes fazia diferença. Eram dois amantes, dois - podia-se dizer - predestinados. Ele, Melúnaro. Ela, Calis. Na época, existia preconceito e uma lei por toda a tribo raposa pelo fato de um lacaio querer se casar com a governante.
Ela, porém, um dia estava passeando pelos jardins de sua mansão, quando fora atacada por um bando de ladrões. Eram tremendamente fracos, chegavam a ser raquíticos, falavam tremidamente. Sentia pena que um bando de pobres tentariam roubar uma dama, com alguns guardas em frente à mansão. Deu algumas peças de ouro para os coitados e despediu-se. Voltou para a mansão.
Um ano depois do acontecido, Melúnaro pediu-a em casamento. Calis disse-lhe que precisava de um tempo para pensar.
Era verdade, já não valia mais esse preconceito. Porém, ela havia começado a gostar dele como amigo, não como namorado ou amante.
Sentara-se numa pequena elevação de seu jardim, forrado com um pano artesanal. Meditara um pouco sobre o assunto, quando percebeu, havia um homem ao seu lado.
- Lembra-se de mim? Um pobre coitado que tentou roubá-la?
Os dois conversaram durante horas. Na realidade, ele já conseguiu melhorar de condições, devido ao dinheiro dado por ela. Abriu uma pequena loja de panos de uso geral; também seu nome era Cálius. Melhorara de status e de saúde. Parecia um jovem aventureiro forte de terras distantes. Na verdade ele tinha mais semelhanças a ela do que parecia: tinha os mesmos gostos que ela por panos artesanais, e gostava das artes de meditação da zona norte da tribo, tal como ela.
Apesar de parecer incomum, ele pediu-a em casamento. Tinha um anel de uma jóia vermelha, parecido com o rubi. A jóia era gigante: gastara todas as economias, para entregar justamente a princesa quando a encontrasse. Ela disse inconscientemente: "Aceito".
Ela então se casou com ele. Para evitar o sofrimento do lacaio, o despediu. Cálius e Calis viveram felizes até o fim de suas vidas.
Dois anos depois do casamento, ela ficou sabendo que o lacaio fora preso por planejar golpes de se casar com damas ricas e depois matá-las para receber a herança e ficar com todo o dinheiro. Nem todo Romeu realmente merece o amor de uma dama.
51 - Determinação
Há 11 anos
